Carlos Ramalho sempre teve na família seu maior patrimônio e referência.
Em 1981 se muda para Contagem. Uma pequena casa sem portas e janelas passou a abrigar toda a família. No inverno o frio castigava. Em dias chuvosos o vento amedrontava.
Seu pai Joaquim Ramalho era homem sério e dedicado ao trabalho. Sua mãe D. Enilda driblava as dificuldades: cuidava da casa e educava os filhos.
Dentre os filhos Carlos Ramalho sempre se mostrou a frente de seu tempo... Destacava-se pela capacidade, disposição e atitude de servir ao próximo. Logo se enturmou no bairro passando a freqüentar os eventos e missas de domingo.
Porém... a vida era precária: água potável encanada era sonho de consumo. Tambores e caixas eram abastecidos através de caminhão pipa ou lata d`água na cabeça...era preciso buscar água lá no cemitério. Transporte? Só caminhando até a BR. Escolas? Postos Saúdes? Só se deslocando para bairros adjacentes.
Diante deste cenário, D. Enilda juntamente com um grupo de moradores dá inicio a um vitorioso movimento popular percorrendo durante toda a década de 80 os principais órgãos públicos e entidades de classes representativas em busca de melhorias básicas de infra-estrutura (água, luz, esgoto, transportes, posto de saúde e escolas).
Enquanto isto...Carlos Ramalho estudava e acompanhava ativamente sua mãe nos movimentos políticos, escolares e eclesiásticos.
Em ocasiões especiais, pra arrumar um dinheirinho, Carlos Ramalho percorria a casa de vizinhos e vendia, com a devida autorização dos pais, alguns pacotes de sal, fubá, farinha, feijão...